sexta-feira, 13 de julho de 2012

As Vicentinas



As Vicentinas ou Casa de Chá de Santa Isabel são um salão de chá que se iniciou na década de 50 como salão de costura. instalado num antigo armazém de bananas que foi cedido pela câmara ao grupo Vicentino para que pudesse fazer o seu ofício e gerar receitas para ajudar carenciados. Neste local realizavam-se também desfiles para mostrar as peças feitas, sendo aos convidados oferecido chá e scones, moda que começou a pegar e que foi o início do que é hoje esta casa de chá.

Pergunto eu: o que dá mais prazer? A aquisição de um novo vestido ou a degustação de um scone amanteigado? Depende da pessoa suponho, mas aparentemente a comida superou os desfiles de moda.



A entrada situa-se diante de um mini mercado do qual eu nunca ouvi falar, é discreta e podemos facilmente passar-lhe ao lado, mas impõe o seu respeito com uma sinalética que declara desde logo que aquele edifício tem história.




Entrando lá dentro deu a impressão de ser um espaço de habitués. Às 16h não havia ninguém excepto duas senhoras que estavam sentadas perto de nós. Gente jovem havia muito pouca, é uma casa típica onde pessoas maioritariamente mais velhas gostam de vir ter o seu momento zen e consumir chazinho, muitas delas trazendo os pais idosos.

Nunca discutir com as preferências sapientes dos avós. Eles sabem o que é bom ou, pelo menos, o que é original.




Uma das coisas que é impossível não notar aqui são os motivos religiosos. Ressaltou-me logo à vista um Jesus crucificado pendurado bem alto na parede e outro comodamente encostado na sua almofada olhando-nos com ar arrogante. Dir-se-ia até que teria estado a consumir uns scones à patrão e agora relaxava apenas de barriga cheia. Senti pena do Jesus superior. Aposto que durante todo o tempo que serviu de decoração a esta casa de chá desejou secretamente sair do seu suporte e ir sentar-se ao lado da sua representação mais jovem. Enfim, passei-lhes à frente e fomos sentar-nos num agradável espaço interior/exterior. A esplanada d'As Vicentinas tem a vista celeste coberta pelas copas das árvores e espaço para albergar ainda algumas pessoas, que bem que aqui se está, apesar de continuar com aquela pequena sensação de "serei jovem demais?".




Desta área era possível ver através das janelas para aqui viradas as outras salas: havia uma pequena sala cujas portas tinham flores, havia uma mesa, móveis e um cabide curioso e junto a ela havia acesso para um espaço que não funcionava sempre mas que pelo material que lá estava deu para perceber que a costura não desapareceu completamente em favor dos scones: eles ainda realizam workshops.



Atrás de mim estava uma mesa com os bolos do dia, algo que aconselho a não ver quando se está com fome, mas se querem mesmo sofrer sempre podem ver no facebook o que estão a perder. Para além disso costumam pôr lá a ementa do dia e talvez consigo informar-vos dos seus futuros eventos, se os houver.



Para consumo pedimos dois chás, um deles que seria um dos melhores que alguma vez bebi (frio claro) e o outro era o chá da casa (chá preto e limão se não estou em erro) que custou 1.50€. O que me soube que nem ginjas era um chá de frutas diversas, docinho mas não demais, saboroso mas não tão óbvio assim, fresco, uma maravilha.

Pedi também scones para acompanhar (1€ pelo primeiro, que traz manteiga, e 0.90 pelos que seguirem). Não resisti a repetir a dose, vieram mesmo a calhar, quentinhos, amanteigados à vontade do freguês, há muito tempo que não tinha um tea time como deve de ser e não me arrependi nada, aliás, tenho é de o fazer mais vezes.




Como o tema de conversa de hoje esteve de algum modo relacionado com comida decidi deixar aqui a grande questão que foi debatida: porque é que o Hurley da série Lost não emagrece nunca enquanto está na ilha? Uma das hipóteses foi ter problemas de tiróide mas honestamente ainda não percebi ao certo o que é que isso implica e se mesmo tendo esses problemas não seria possível emagrecer passando fome como ele passou. Ou simplesmente é o efeito da ilha, mas essa é a resposta fácil e parola.

Aberto de segunda a sexta das 11h às 19h e sábados das 15:30h às 19h.

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