segunda-feira, 21 de maio de 2012

Pastéis de Belém



É estúpido não ter tratado deste cliché até agora? Mal costumo vir aqui, nunca me tinha aventurado pelas profundezas dos pastéis, este sítio nunca mais acaba, será possível? Senti-me muito pouco motivada para fotografar salas com mesas cheias de gente, e por isso apanhei alguns pormenores mimosos.

Mas tenho que dizer: não sou fanática do pastel de nata e acho que o preço anda a aumentar sorrateiramente, pelo menos o Drocas achou isso, ele que comeu dois pastéis (2.10€) em três tempos enquanto eu bebericava o famoso galão e lhe tirava incomodativas fotografias em plena mastigação desta receita pré-histórica. Ninguém gosta destas pessoas chatas, pois bem, muito tempo a viver na floresta fez com que me entusiasmasse de forma extrema com este aparelho tecnológico a que chamam Canon.





A fábrica dos pastéis está também escondida no covil, é daí que vêm as fornadas quentinhas para os turistas, este espaço dá-me uma sensação de sociedade massificada:
- entrar no local enunciado pelo guia turístico;
- ficar na fila e esperar;
- olhar para os habitantes locais até chegar a sua vez;
- pedir encomenda num português arranhado;
- esperar pacientemente pelo pacote;
- gritar com os filhos;
- pagar e dizer "ouberigádou";
- achar a sua pronuncia um máximo;
- ir sentar o rabo gordo numa das seiscentas mesas;
- sentir-se medieval, gordo, e ligeiramente português por estar a comer um Pastel de Belém.
Nota: isto aplica-se também aos tugas, menos a parte do "ouberigádou", que às vezes nem sequer existe.




De tanto olhar para cima para fotografar luzes e detalhes interessantes deparei-me com um buraco no tecto que tinha duas janelas, uma delas com roupa pendurada (parecia roupa interior). Não sei se isto é algo decorativo para confundir quem cá vem ou se há ali qualquer coisa a passar-se, se calhar mora ali a besta sagrada que guarda a sete-chaves a receita famosa, pronta a comer quem ousar roubar tal tesouro. No entanto, eu que já fiz uma pesquisa extensiva lembro-me de uma vez encontrar qualquer coisa a dizer que o segredo era fécula de batata em vez de farinha de trigo e usar um pouco de banha de porco na massa. Será? O dragão foi amansado.



Fui dar mais um giro rápido pelo labirinto: relíquias antigas em todo o lado, pratos, vasos, azulejo semelhante ao da minha casa de campo, máquinas registadoras old school, quadros, um peixe estranho e sotaques estrangeiros. Passámos por tudo isto e fomos embora. Partimos, assim, do santo templo!





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