terça-feira, 17 de abril de 2012

Esplanada Príncipe Real

Localizado em pleno jardim do Príncipe Real, junto à fonte, este café é um bom sítio para se estar sentado observando a vida alheia através das longas janelas/paredes de vidro. Vim cá com a Sara pelas 17 horas da tarde, depois de termos descoberto que o sítio onde planeava ir decidiu mudar de horário dia 2, passando também ele a folgar à segunda. Toda a gente folga à segunda, logo quando não tenho aulas. Achei especialmente cómico o facto de terem feito o aviso dia 2 e não no dia das mentiras, terá sido de propósito para não haver equívocos? Se fosse realmente uma partida de 1 de Abril não fazia muito sentido e era até um pouco parvo, adiante.


Quando cheguei a casa dei uma cuscada no website deles (pesquisar horários, sempre) e descobri que agora estão abertos até às 2 da manhã. Esplêndido digo! Que delicioso sítio para se estar numa noite quente de Verão, mal posso esperar, os horários são os seguintes:

Das 09 às 20h na segunda
Das 09 às 24h de terça a quarta
Das 09 às 02h de quinta a sábado

Mas bem, entrámos e, perante a timidez do empregado, escolhemos um sítio para nos sentarmos a folhear o menu. Tostas, scones, combinados, bolos, tartes... Bolos! O que mais gosto de fazer nestas ocasiões de maneira a tirar o maior proveito de tudo é pedir coisas diferentes e dividir. Neste caso até dava para o fazer com 3 ou 4 pessoas dado que as fatias, cada uma a 2.85€, eram bastante grandes. Decidimos ir para o bolo de maçã e canela e para o clássico brigadeirão de chocolate.


Não são os melhores bolos do mundo, o de canela e maçã estava talvez um pouco seco demais e a "crosta" devia ser mais mole, tive alguma dificuldade em cortá-lo ao meio e quando acabei senti-me um pequeno Moisés que em vez de dividir o mar dividia bolo (close enough), já o de chocolate, bem, como já tinha dito noutras mensagens acabei por saturar um pouco de chocolatices mas há sempre espaço para doces e no final souberam-me muito bem os dois. Com sítios assim, a comida é apenas complemento para o espaço e boas companhias que nos rodeiam e no fim tudo se resume a uma experiência única.

Com paredes de vidro, quer estejamos na esplanada propriamente dita ou lá dentro, estamos sempre a ver o exterior e assim, entre garfadas, comentamos o olhar da criança que vemos do outro lado do café, o chinfrim dos putos atrás de nós e como já fomos jovens e despreocupadas, interrogamos sobre o que é que falam as pessoas que passeiam os seus cães (e sobre o que é que falam mesmo?) e como ter um amigo canino é uma boa maneira de engatar raparigas na rua. Assuntos pessoais, impessoais, animais, estou a divagar agora.

Enquanto estávamos a pagar a conta e a preparar-nos para sair reparei que, para além das caipirinhas que partiam alegremente para a mesa do lado, havia uma tabuleta intitulada Bar Rules que dizia o seguinte:

- 1. Bartender is always right
- 2. If bartender is wrong, see rule 1

Saímos directas para o jardim, partindo depois para o meio do Chiado e Bairro Alto, mas disso falar-vos-ei na próxima post.

À saída reparei noutra coisa, duas bicicletas azuis estavam encostadas à parede exterior da cafetaria, provavelmente de um cliente ou mesmo de um dos empregados, mais uma vez as transparências provam ser úteis, podemos beber uma bica e nunca perder de olho o nosso meio de transporte.


Lembrei-me também (esta é uma post cheia de referências) de uma espécie de witty sayings sobre casas de vidro que andavam para aí a passar na internet. Acho que o ditado original dizia People who live in glass houses shouldn't throw stones. Em português acho que a versão é "Quem tem telhados de vidro não atira pedras ao do vizinho", ou seja, ninguém deve criticar os outros por coisas em relação às quais o próprio não constitui um bom exemplo.

A frase depois acabou por ser adaptada para ter mais piada, tendo até direito a um comentário de uma personagem pela qual sinto um grande carinho e nem sei bem porquê, o senhor Demetri Martin, e aqui está o que ele disse:

There's a saying that goes "People who live in glass houses shouldn't throw stones." Okay. How about "Nobody should throw stones." That's crappy behavior. My policy is: "No stone throwing regardless of housing situation." Don't do it. There is one exception though. If you're trapped in a glass house, and you have a stone, then throw it. What are you, an idiot? So maybe it's "Only people in glass houses should throw stones, provided they are trapped in the house with a stone." It's a little longer, but yeah. 

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